Introdução
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por desafios na comunicação e na interação social. Indivíduos classificados no Nível 1 de suporte, anteriormente referidos como portadores de autismo de alto funcionamento, apresentam dificuldades sutis nessas áreas, necessitando de suporte mínimo para uma vida independente.
O treinamento de habilidades sociais é uma ferramenta essencial para indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Este tipo de intervenção visa melhorar a interação social, a comunicação e a integração dos autistas em ambientes sociais. Neste artigo, vamos explorar como esses treinos são estruturados e quais são as principais habilidades trabalhadas.

Habilidades Sociais Trabalhadas
As habilidades sociais são fundamentais para o desenvolvimento e a integração social dos autistas. Algumas das principais habilidades trabalhadas incluem:
- Assertividade: A capacidade de expressar sentimentos e necessidades de forma clara e respeitosa.
- Comunicação e Desenvoltura Social: Iniciar, manter e encerrar conversas, além de entender nuances sociais.
- Fazer e Manter Amizades: Desenvolver relacionamentos significativos com pares.
- Estratégias de Contato Visual: Melhorar o contato visual durante interações sociais.
- Troca de Turno: Aprender a alternar falas em conversas.
- Resolução de Problemas: Desenvolver habilidades para lidar com situações desafiadoras.
- Empatia: Compreender e compartilhar os sentimentos dos outros.
- Autorregulação: Gerenciar emoções e comportamentos em diferentes contextos.
- Manejo de Conflitos: Aprender a lidar com desacordos de forma saudável.
Estratégias de Treinamento
Diversas abordagens têm se mostrado eficazes no treinamento de habilidades sociais para indivíduos com TEA Nível 1:

- Treinamento de Habilidades Sociais (THS): Utiliza técnicas comportamentais, como instrução direta, modelagem, ensaio comportamental e reforço positivo, para ensinar habilidades específicas, como iniciar e manter conversas, interpretar expressões faciais e compreender normas sociais.
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Focada na identificação e modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais, a TCC auxilia na compreensão e gestão de emoções, aprimorando a interação social.
- Modelagem e Role-Playing: Através da observação de comportamentos adequados e da prática em situações simuladas, os indivíduos podem desenvolver e reforçar habilidades sociais em um ambiente controlado e seguro.
- Círculo de Amigos: Esta abordagem promove a inclusão social, formando uma rede de apoio entre pares para incentivar a interação e a amizade com o indivíduo autista, facilitando sua integração no ambiente escolar ou comunitário.
Habilidades Sociais Difíceis de Aprender

Iniciar e Manter Conversas
- Muitos adolescentes autistas têm dificuldade em iniciar e manter conversas, especialmente em situações espontâneas ou em grupos grandes.
- Isso inclui entender quando intervir em uma conversa, como manter o assunto relevante e quando encerrar a interação.
Empatia e Tomada de Perspectiva:
- Compreender e responder adequadamente às emoções dos outros pode ser um desafio significativo.
- Isso envolve reconhecer sinais emocionais, como expressões faciais ou linguagem corporal, e adaptar o comportamento para demonstrar empatia.
Flexibilidade e Adaptabilidade:
- Mudanças de planos ou regras podem ser difíceis para alguns autistas, que preferem rotinas previsíveis.
- Aprender a lidar com situações imprevisíveis ou a se adaptar a novas situações sociais é crucial.
Compreensão de Pistas Sociais e Linguagem Não Verbal:
- Interpretar pistas sociais, como sarcasmo, ironia ou linguagem corporal, pode ser complicado.
- Isso inclui entender quando alguém está brincando ou sendo sério.
Resolução de Conflitos e Gerenciamento de Emoções:
- Lidar com conflitos ou situações estressantes de forma saudável é um desafio.
- Aprender a gerenciar emoções negativas, como raiva ou frustração, em contextos sociais é essencial.
Papel dos Profissionais e da Família

A colaboração entre profissionais especializados e a família é vital para o sucesso do treinamento. Profissionais, como psicólogos e terapeutas ocupacionais, devem trabalhar em conjunto com os familiares para garantir a generalização das habilidades aprendidas em diversos contextos. A compreensão e o apoio da família proporcionam um ambiente seguro para a prática e o desenvolvimento contínuo dessas habilidades.
Considerações Finais
O treinamento de habilidades sociais para autistas de Nível 1 é essencial para sua autonomia e bem-estar. A aplicação de estratégias personalizadas, aliada ao suporte de profissionais qualificados e ao envolvimento ativo da família, contribui significativamente para a integração social e a melhoria da qualidade de vida desses indivíduos.
Para aprofundar seu conhecimento sobre o treinamento de habilidades sociais no autismo, confira o vídeo a seguir:
Fontes: Psicologia Clínica Guarulhos; ISSN 1678-0817 Qualis B2; https://genialcare.com.br/blog/habilidades-sociais-autismo/; https://grupoconduzir.com.br/autismo-e-adolescencia-quais-os-principais-desafios/